terça-feira, 9 de junho de 2009

Nossas origens




Lá pelos anos de 1928, circulava pelo bairro do Bixiga um grupo de amigos que até os dias de hoje são venerados pelos componentes da ESCOLA DE SAMBA VAI - VAI. Tocando seus instrumentos de percussão e sopro, Liderados por SARDINHA, eram eles: LIVINHO, FREDERICÃO, HENRICÃO, TINO, LOURIVAL (Loro), LAZINHO, LOLO, JOÃO PENTEADO, LOUZA, TONICO, BIAU, ZÉ NEGRÃO, FUMAÇA, ZICO, ISQUEIRINHO, ARGEMIRO, ZUI, DITINHO CRISTO, (que foi o primeiro baliza do cordão), GUARIBA, (sucessor de Ditinho Cristo na baliza), GENÉSIO (sucessor de Guariba), MOACIR ARRELIA, MOACIR MÃE D'ÁGUA e LECO. Este grupo de amigos era mais que amigos e sim uma grande família e tinham um bem comum, a de fazerem samba da melhor qualidade. E como em toda família a força da mulher é imprescindível, elas marcaram presença com: DONA CASTORINA, DONA IRACEMA, MARIA PRETA, ANA, DONA FLORINDA (mãe de dona Sinhá), DONA IRÍA, (esposa de seu Livinho e mãe da Dinha), IARA, VÓ ANACLETA (mãe de ditinho Cristo e Vó de Pato N'água), DONA MARIA, LUCÍOLA, PITICA, CLARINDA, ONDINA, NIZETE, VITORINA, OLGA, SINHÁ (que foi à primeira contra baliza do cordão), DONA NINA, ODILA (a primeira dama de preto), DIRCE, ANTONIETA, (a primeira rainha do cordão), DONA IRACEMA. E as criançadas tava representadas com os garotos e adolescentes: DIAMANTINO (SEU NENÊ), PAULO GEREMIAS (SEU PORTELA), ICO, MOLEQUE, ACÁCIO, CARNEIRINHO, e muitos outros. Eles eram considerados por muitos como um grupo de penetras e arruaceiros, que só eram lembrados quando tocavam na beira do campo nos jogos do Cai - Cai, (time de futebol que tinha em seu uniforme as cores branco e preto) para satirizarem este time de futebol, e as gozações que surgiam eles se denominaram de a turma do VAE –VAE. A fama desta turma cresceu na região, e em quase 2 anos não havia uma festa boa em que eles não estavam e a folia do carnaval no bairro, já não poderia acontecer sem eles. Mas com a instauração da política do então presidente da republica Getúlio Vargas, que se tratava da formação do estado novo, vários partidos políticos e clubes foram extintos, só foram preservados os grupos de manifestações culturais, mas todos tiveram que entrar na legalidade, aí então que em 01/01/1930, foi instituído legalmente o CORDÃO CARNAVALESCO E ESPORTIVO VAE VAE. As cores oficias do cordão foram preto e branco, e o primeiro estandarte foi feito de cetim preto ornados com franjas brancas, tendo como símbolo no centro o desenho de uma Coroa com dois ramos de café e abaixo dos ramos de café vinha o nome do cordão que naquela época se escrevia VAE VAE, seguido da data de fundação. Os ramos de café foram escolhidos justamente para mostrar a soberania de São Paulo, quanto à cultura do café, que era uma das fontes de riqueza do país na época. Boa parte dos Barões do Café de São Paulo morava em lindos casarões na Avenida Paulista, com prestigio e riqueza era comum promoverem grandes festas, com muita música, fartura e comida de boa qualidade, que eram feitas pelas pretas velhas quituteiras, muitas delas, esposas de fundadores do nosso cordão, com uma bela mão para o fogão, estas quituteiras gozavam de grande prestigio junto aos Barões, e assim, nossas pretas velhas não perderam tempo e com muito jeitinho conseguiam com que eles sempre contribuíssem com O CORDÃO VAI - VAI, assinando a livro de ouro, e com essas contribuições, a turma do cordão comprava parte dos tecidos das fantasias e também parte dos instrumentos, (na certa uma justa homenagem ter o ramo do café no símbolo).
Já a Coroa simboliza a realeza e a magnitude da raça negra, naquela época era comum o negro se tratarem carinhosamente de “OI MEU REI, OI MINHA RAINHA”, (esta forma de tratamento se deriva dos tempos da escravidão), pois grande parte dos negros e negras que vieram para cá como escravos, eram Reis e Rainhas em suas terras, (assim uma justa homenagem à família negra paulistana e bixiguenta). O símbolo foi idealizado por FREDERICÃO, desenhado por SARDINHA (sendo que a coroa foi tomada por base, à coroa da corte portuguesa) e confeccionado por dona IRACEMA. O estandarte passou a ser a representação máxima do cordão e logo trataram de arrumar uma pessoa para conduzi-lo e a primazia foi dada a PITICA, que passou a glória para IARA, que foi sucedida por DONA IRACEMA que antes sucedeu ANTONIETA como rainha do cordão. Mas todo bom grupo carnavalesco tem que ter um bom samba e quem fez o primeiro samba para o Cordão em 1928 (QUEM VIVE ABORRECIDO DISTRAI NO BLOCO CARNAVALESCO VAI VAI), foi nada mais e nada menos do que o grande HENRIQUE FELIPE DA COSTA, mais conhecido como: HENRICÃO, (que mais tarde nos anos 80, viria a ser o primeiro Rei Momo Negro do carnaval paulistano). Não demorou muito para o CORDÃO VAI VAI, passar a ser respeitado por todos, sua bateria tinha uma batida inconfundível, o ecoar das batidas dos seus surdos, (que eram tocados com duas baquetas) e zabumbas, faziam tremer a terra, (como disse Henricão em um dos seus sambas de exaltação ao cordão feito em 1929, (O VAI VAI NA RUA FAZ TREMER A TERRA, QUEM ESTA OUVINDO E NÃO VÊ, CHEGA A PENSAR QUE É GUERRA). À frente da bateria vinha seu LIVINHO que foi o primeiro apitador e comandou a nossa bateria e o cordão até a metade dos anos 40, nesta bateria tínhamos grandes batuqueiros a exemplo de SEBASTIÃO EDUARDO DO AMARAL, mais conhecido como PÉ RACHADO, que depois da saída de seu LIVINHO, assumiu o comando do cordão, por mais de duas décadas e meia e também da bateria por três anos, passando seu bastão ao famoso e lendário WALTER GOMES DE OLIVEIRA, popularmente conhecido por PATO N'ÁGUA, (filho do Ditinho Cristo) que comandou a bateria até a metade dos anos 50 e que até os dias de hoje é considerado como o apitador dos apitadores. Depois tivemos outros grandes nomes no apito, como: FLAVINHO, WANDERLEI, LOUZAZINHO, BOLINHA (ganhador do apito de ouro no Ibirapuera em 1968), e FEIJOADA que foi o último apitador da era cordão.Dentre os grandes batuqueiros desta época podemos destacar seu JOSE JAMBO FILHO, mais conhecido como seu CHICLE, foi ele quem trouxe para nossa bateria o repenique na metade dos anos 60 e tocava com grande maestria, e o TINHO, que no Ibirapuera, ganhou como melhor batuqueiro solando no repenique a musica PATA-PATA, DE MIRIA MAKIBA, em 1970. Tivemos também outros grandes batuqueiros não menos talentosos como: SILAS, AGADIR, POLENTA, MURU, JACARÉ, FALO GROSSO, DIDI, TEMPESTADE, EVÉRCIO, CAVEIRA, BABY CLÓVIS, GRIM, SEU AMARO, ZÉ PIRES, JOTAI, SABINO, BIRA, NETINHO, ESQUERDINHA, OS BOMBEIROS, BALBINO, CHINÊS, ADEMIR PARAFUSO, CALOI, MAMELÃO, ZÉ CARLOS, ROBERTINHO, VADINHO, ATILÃO, TESTINHA, PELEGO, ZÉ DA ILHA, VILELA, MARIO PORPETA, TOMAZ, DOIS E QUINHENTOS, CINCO MERRÉIS, DEZ MERRÉIS, BORRÃO, OS IRMÃOS CORVOS, MURU, SÃO-PAULINO, TACUN, PNEU, PAULO PORQUEIRA, BENTINHO, FLANELA, CURDURA, PESÃO, IZA, BENTINHO, JOÃO MÃOZINHA, NELSINHO (Branca de Neve), ZÉ CARLINHOS, PASTEL, PASTELZINHO, ZÉ PIRES e tantos outros. Mas não podemos esquecer do ROBERTO DE ALMEIDA, conhecido entre nós por GERIBÁ, (que é um dos últimos artífices da bateria daquele tempo até os dias de hoje, e ele ainda fabrica o seu próprio instrumento, como era comum a todos os batuqueiros do passado e podemos vê-lo em ação em nossa bateria tocando sua cuíca como se fosse um menino).Que boas recordações nós temos do RUSSINHO incomparável batuqueiro, que se especializou em tocar pratos à frente da bateria do VAI - VAI e foi sucesso absoluto até a metade dos anos 80. QUE BARULHO, QUE BARULHO É AQUELE, QUE BARULHO É AQUELE QUE VEM LÁ , foi assim que TINO fez sua entrada no cordão na metade dos anos 30 e depois junto com LECO, formaram uma parceria que rendeu grandes sambas, que se perpetuam até os dias de hoje. Uma outra grande arma do Cordão foi BAIANO, musico profissional e morador do bixiga, vinha à frente do cordão tocando seu clarim anunciando a chegada do VAI VAI: - “SAIAM A JANELA VENHAM ESPIAR O VAI VAI PASSAR” - e como num passe de mágica a rua ficava cheia para ver o cordão querido. Que saudade nos traz o ZELÃO o palhaço negro, que no meio do cordão fazia diabrura com sua bengala, uma espécie de Charles Chaplin á brasileira.
Outra grande dama de nosso cordão foi Dona ANA PENTEADO que, desde da época do cordão sempre desfilou de baiana e mais tarde seria a baiana símbolo da Escola de Samba VAI – VAI.
Outros grandes nomes também fizeram parte deste grande CORDÃO, como: ARMANDINHO (do Museu do Bixiga,), SEU NENO (do Bar do Petisco), SEU MARIO (da farmácia) ZINIQUI, ESQUERDINHA (do Lusitana), RUI POLICIA, VICENTE CUCCE (grandes colaboradores do cordão). A grande LUCÍOLA outra grande expoente do nosso cordão, por ter uma voz potente e aguda comandava o canto do CORDÃO nos ensaio até a inicio dos anos 60, passando o cargo para a considerada TININHA, (irmã do BIRA), e hoje a gente pode ver a CLEUZÍ PENTEADO, fazer a mesma coisa com sua voz aguda a frente da ala do VAI VAI DO AMANHÃ, ala esta, que está a seu comando por mais de 30 anos. O CORDÃO VAI VAI, era pioneiro em tudo e uma das suas façanhas foi que em 1968 no bairro do Jaçanã na casa da DONA PAULA, (mãe do NORMANDO), foi fundado o VAI VAI DO AMANHÃ, a primeira ala infantil de São Paulo e desta ala saíram grandes sambistas, a exemplo da Carnavalesca VANIRIA. Quando se fala em cordão não se deixa de falar no GENÉSIO, “O BALIZA”, apesar de sua estatura pequenina se tornava um gigante à frente do cordão e fazia grande malabarismo com a baliza, teve sua realeza até os primórdios dos anos 70, hoje sua memória é guardada por todos e principalmente por sua família que tem à frente a grande matriarca e sambista DONA ODETE, que por varias décadas fez parte da corte do nosso cordão, onde se destacava com seus belos trajes de baronesa. Muitos ainda se lembram dos nomes que foram passando por nossa história e muitos destes podemos velos ainda em atividades na nossa escola ou na VELHA GUARDA, como: TININHA, LUCÍOLA, TICA, CIDA PATO, CASSIMIRA, REGINA MAURA, MARIA DO CARMO, ARLINDO MOTORISTA, DJALMA, PENTEADO, JULINHO, NORMANDO, ROBERTO FARDINHA, BOLINHA, TIGÜERA, ZÉ ROBERTO, OSVALDINHO, CHIMBÓ, CARMEM, FÁTIMA, ELIANA, SANDRINHA, DONA PAULA, MAFALDA, NILTES, MARROM, SOL, NILTON BALTAZAR, WALTER PRETO, VOLNEI, PEBA, ÉDA, ROSELY, CHICLETINHO, ZUCCARO, NELSINHO, DEMA GRAPETI, DEMÃ, ROBERTO CARTOLA, SERJÃO, NINO, NENA, PERU, CLEUZA AMARANTE, PATO ROCO, CIDINHA TERGAL, SUELI, CHUNE, GUARANÁ, ARMANDO, PAULO VALENTIN, BOI, SANTÃO, AMIGUINHO, MILTON, CHAPÉU, TÉTI, CHUÁ, CARLÃO, SOL, MILTON, PEDRO CARNEIRO, SILVINHO (BACALHAU), LOBÃO, CIZO, ZÉ ANTONIO, DONA PENHA, que n'aquela época ostentavam garbosamente suas vestes de Barões, Baronesa, Duque, Duquesa, Marques, Marquesa! “Bela época”. DONA OLÍMPIA sambista de respeito e da melhor qualidade (merecia um capitulo a parte) foi responsável por mais de duas décadas pela corte do CORDÃO, onde TELÉCO E CLAUDETE ostentaram o cargo de rei e rainha por muito tempo, e tinham como princesas na corte, CLEUZA, que mais tarde teria sua glória como porta bandeira e sua irmã CLÉLIA, que nos anos 50 saia à frente da bateria com trajes de bailarina dançando “balé” em ritmo de samba. CLEUZÍ vinha de baronesa e CHINA (nossa eterna porta bandeira), ou melhor, CHININHA, como era carinhosamente chamada na época, era Duquesa e chegou no VAI - VAI nos anos 60 e compôs a corte do cordão juntamente com DITA, LAURA, DILMA, DINHA, IOLANDA, MARILIA, MERCEDES, CIDINHA ,DITINHA (que até os dias de hoje podemos vela na bateria tocando chocalho) e ODILA que vinha na corte como dama de preto.O primeiro desfile oficial do CORDÃO VAI VAI, foi em fevereiro de 1930, o tema era sobre São Paulo e o samba foi feito por Henricão: - “SALVE SÃO PAULO, TENS O CÉU COR DE ANIL, / POSSUI A RIQUEZA E A GRANDEZA, ÉS O CORAÇÃO DO BRASIL” - as fantasias eram livres, e predominava o preto e o branco. O segundo desfile em 1931, o tema foi livre e foi cantado um samba exaltando ao Cordão VAI VAI, em 1932 devido à revolução, foi o único ano que o Cordão VAI - VAI não desfilou, mas em 1933, o VAI - VAI volta com a corda toda e sai com um tema em Homenagem a Marinha Brasileira, todo mundo vestido de marinheiros, depois, outros temas surgiram, como os “Cossacos e Rumbeiros”, estes temas foram elaborados por seu LIVINHO e FREDERICÃO. Daí pra frente passou a ser usado o tradicional Luiz XV, que glorificou o cordão até seu termino por suas fantasias luxuosas e ousadas para época, de 1934 até 1965 não tínhamos samba enredo e sim sambas exaltação, que eram cantados durante o desfile, sambas estes, compostos por TINO e HENRICÃO.Menção honrosa para DJALMA BRANCO que junto com o CARIOCA elaboraram grandes enredos na década de 60, assim como:: O SEGUNDO CASAMENTO DE DOM PEDRO, em 1966, já em 1967, por falta de verba repetimos o enredo!!!!! E ganhamos! Nem é preciso falar à confusão que deu!. Em 1968 o enredo foi A VINDA DA FAMÍLIA REAL, neste carnaval tivemos a primazia de termos como figurinista a mais alta patente em alta costura da época, o grande costureiro “DENNER”, tava ai o VAI - VAI fazendo história de novo. Pois a sua vinda, revolucionou o mundo do samba paulistano. Em 1969 - ALEIJADINHO, em 1970 - IMPERATRIZ LEOPOLDINA e em 1971 - INDEPENDÊNCIA OU MORTE foi o ultimo enredo como cordão e o samba enredo foi feito por ZEDI. Por se tratarem de enredos com fatos e episódios históricos do Brasil-Colônia, aos poucos resultaram na identificação do tradicional reinado do VAI - VAI com as características de uma corte. CARIOCA que além de enredista, era grande compositor, os sambas de 1966 a 1970 são de sua autoria. Com a volta dos enredos em 1966, surge no cordão à figura da porta bandeira na pessoa da CLÉLIA e o mestre sala NENO, passamos a desfilar com pavilhão e estandarte que foi conduzido por ELIZABETE, isso, até a transição do cordão para escola de samba. O nosso cordão era luxo só, suas alas se primavam no bom gosto e na elegância dos seus componentes, um bom exemplo destes fatos eram as alas de passos marcados, como a ala do CLEITON, TWIST, JULINHO, CHUPETA, BINHA, a ala dos LORDES e a ala dos DEZ MAIS, marcaram época e deixaram seus nomes nos anais. A ala das DAMAS ANTIGAS, com suas ricas vestimentas, que traziam como adereço belas sombrinhas, faziam o povo delirar ao se apresentarem na passarela e no comando desta ala vinha a sua frente a sambista NEIA.
A primeira ala show do CORDÃO VAI VAI foi criada em 1968, liderada por CLODOALDO (TIDA), que tinha o nome de ALA SHOW CUÍCA DE OURO, entre seus percussores tinha BACULÉ (cidadão samba de 2005), DINEY (hoje mestre sala) SELMA e EDNA, que em 1968 em no 2º SIMPÓSIO DO SAMBA realizado no Município de Santos litoral paulista, ganhou o titulo de melhor passista no concurso: SANDÁLIA DE PRATA, vencendo grandes passistas de São Paulo e do Rio de Janeiro. Sendo que em 1971 EDINA viria a ser a rainha da bateria do cordão e depois da escola de samba. BUCULÉ, TIDA e DINEY, antes de montarem a ala show já eram passistas consagrados no mundo do samba, há muito já venham mostrando seus talentos como passistas a frente da Nossa Ala, que tinha como líder a sambista Cleuzí.Nessa época os figurinos ficavam por conta do saudoso MADRUGADA. No inicio dos anos 70, surge no cordão a primeira ala de estudantes, faziam parte desta ala, dois jovens e futuros arquitetos CAIO e BIA, que se juntaram ao MADRUGADA, para desenharem os figurinos e as alegorias do cordão para o carnaval de 1971 a convite do ÂNGELO CARECA, ALEMÃO E SERGINHO (PÉ), que tinham dado uma força para o PÉ RACHADO no carnaval de 1970 e também, estendeu o convite a DONA PAULINA (mãe da Bia). O Cordão estava tomando nova cara, o grupo crescendo e novos talentos surgindo, faziam parte deste grupo nomes que viriam a se tornar sambistas de primeira, como: BOLINHA, PENTEADO, JULINHO, ZÉ ROBERTO, WALTER PRETO, ELIANA, NORMANDO, TIGÜERA, DIDI E FEIJOADA, e com esse grupo, estava instituída a primeira comissão de carnaval do VAI - VAI e do Carnaval Paulista que seria responsável também, pela transformação do Cordão em Escola de Samba, e desde o estatuto até o desfile de estréia da escola de samba em 1972, passando pelo novo pavilhão, que foi re-desenhado por CAIO e bordado por DONA PAULINA, e conduzido por IVONETE e IVO, até que em 1973 passou a ser conduzido por nada mais, nada menos que, a nossa incomparável CHINA e o resultado todos nós sabemos qual foi. A década de 70 foi muito promissora para o samba paulistano, grandes mudanças estavam por vir e uma dessas mudanças afetaria direto o Cordão Vai Vai em toda sua estrutura, pois já se comentava na elevação dos Cordões para ESCOLA DE SAMBA. E que n'aquela época só existia três Cordões, sendo eles: O CORDÃO CARNAVALESCO E ESPORTIVO VAI VAI – CORDÃO CARNAVALESCO CAMISA VERDE E BRANCO E O CORDÃO FIO DE OURO DA BELA VISTA contra 07 escolas de samba, os Cordões tinham um contingente de sambistas maior que as escolas de samba e isto foi um dos fatores determinante para a transformação dos cordões , com isto, haveria só um concurso e também o espetáculo ganharia maior vulto.. Com vistas a estas modificações, foi que no inicio da década de 70, o Presidente do Cordão Vai Vai o sambista Pé Rachado, vai buscar reforços para o Cordão e traz do Fio de Ouro, para comandar a bateria do Vai Vai o apitador FEIJOADA, que antes de ir comandar a bateria do Fio de Ouro, saia no Vai Vai como batuqueiro sendo um dos discípulo de Pato N'água, com ele vieram grandes batuqueiros para reforçar a bateria do Vai Vai, dentre eles o TADEU (neguinho), que mais tarde viria se tornar um dos grandes mestre de bateria do carnaval paulistano. A história das eleições no cordão começa em 1971, que por força de uma nova dinâmica, foi feito a primeira eleição e o primeiro presidente eleito foi o sambista PÉ RACHADO, mas por força de seu trabalho precisou viajar para fora do estado de São Paulo, e passou o cargo para seu vice o ÂNGELO CARECA, sendo ele, o ÚLTIMO presidente do cordão e o PRIMEIRO da era Escola de Samba, depois novamente PÉ RACHADO que mais tarde seria sucedido por seu CHICLE em 1973. Assim, nestes 44 anos de sucesso da era cordão - incluindo os dois anos não oficiais - (1928 – 1971) o VAI - VAI teve sete presidentes, são eles: SEU LIVINHO, PÉ RACHADO, SABINO, ARNALDO, TÉTI, ARMANDINHO E ÂNGELO CARECA .”Saudades vêm, para o meu cordão”. E assim o nosso CORDÃO CARNAVALESCO E ESPORTIVO VAI VAI se despede, mas durante sua trajetória formou grandes sambistas e conquistou inúmeras vitórias, só na década de 60 foram oito campeonatos, escrevendo com maestria seu nome nos anais da historia do samba paulistano de 1928 até 1971, e em 1972 entrava em cena, o GRÊMIO RECREATIVO E CULTURAL ESCOLA DE SAMBA VAI VAI, mas isto já é uma outra história que em breve contaremos.
Os fatos acima são apenas um pouco da nossa historia, que foi resgatada com muito carinho através de depoimentos e só foi possível, graças à colaboração de muitos abnegados e vaivaienses natos, na certa alguns nomes foram esquecidos, mas a medida em que fomos identificando-os faremos contar na historia. E temos certeza que o nosso VAI - VAI só existe graças a todos que com desprendimento ajudaram a escrever a sua história no samba. A todos que participaram direta ou indiretamente desses fatos, O NOSSO MUITO OBRIGADO!!! Por tudo e por terem nos dado a primazia de herdar esta grande Escola de Samba, E pelo que se pode observar da nova geração de sambista, o nosso querido VAI - VAI será cada vez mais forte e tenho certeza que eles conduzirão o nosso Vai Vai ao mais alto patamar da historia do SAMBA.SABEM POR QUE, PORQUE...
“O VAI VAI E O CAMPEÃO DO CARNAVAL PAULISTA / O VAI VAI É A TRADIÇÃO DO POVO DA BELA VISTA / O VAI VAI NÃO TEM IGUAL / O VAI VAI E O NOSSO CORDÃO / O VAI VAI EXIGE RESPEITO TRAZEMOS NO PEITO A FAIXA DE CAMPEÃO”. Texto de Fernando Penteado.

Um comentário:

  1. Apenas lembrar que o Vai-Vai começou na Rua Rui Barbosa.E que os filhos de dna.Iracema, Romulo e Duri,também fizeram parte do Vai-Vai.Desfilei em 1944 na ala de fente do Cordão, e era em fila dos dois lados da rua. (igual na procissão)tinha 7 anos.Gostaria de saber do nome do rapaz que comandava a Vai-Vai com o apito.Era um mestre, além do Pato Nágua.Obrigado.

    ResponderExcluir